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. Aprende, jogando, as divisões de um mosteiro.
(jogo retirado do sítio www.ribatejo.com/hp/index.htm)
PORTUGAL NO SÉCULO XIII
Desde a morte de D. Afonso Henriques, em 1185, até meio do século XIII, os reis portugueses continuaram a combater os mouros e a alargar o território para sul. Esta luta foi feita de avanços e recuos, como podes verificar nos mapas. Só em 1249, no reinado de D. Afonso III, se deu a expulsão definitiva dos mouros, com a conquista do Algarve.
Em 1297, estabelecem-se as fronteiras definitivas de Portugal no Tratado de Alcanizes.
A sociedade portuguesa no século XIII
O ambiente de guerra em que Portugal se formou influenciou a organização da sociedade portuguesa. À medida que reconquistavam terras aos mouros, os nossos primeiros reis encontravam muitas povoações abandonadas e muitas terras devastadas. Como recompensa pela ajuda prestada na guerra, e para as povoar, defender e fazer cultivar, os reis doavam terras aos nobres e às ordens religiosas. Formaram-se assim grandes domínios onde o povo trabalhava.
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A sociedade portuguesa do século XIII é pois formada por 3 grupos, com direitos e deveres diferentes:
a nobreza e o clero (grupos privilegiados):
não pagavam impostos;
possuíam extensas propriedades;
tinham o poder de aplicar justiça e cobrar impostos;
tinham exército próprio.
e o povo, o grupo mais desfavorecido, que executava todo o tipo de trabalho e pagava impostos.
A VIDA QUOTIDIANA DA NOBREZA
A nobreza tinha sobretudo funções guerreiras. Participou com os seus exércitos na Reconquista, ao lado do rei, recebendo em troca rendas e terras.
O senhorio era pois a propriedade de um nobre na qual viviam camponeses livres e servos. As terras do senhorio estavam divididas em duas partes: a reserva, explorada directamente pelo senhor e onde trabalhavam os servos e criados; e os mansos, parcelas arrendadas a camponeses livres em troca de rendas pagas ao senhor.
O senhor tinha grandes poderes sobre quem vivia no senhorio: cobrar impostos, fazer justiça, ter um exército privado...
Quando não estava em guerra, o senhor nobre ocupava-se a dirigir o senhorio e a praticar exercícios físicos e militares.
Organizava festas e convívios onde, para além do banquete, se tocava, cantava e dançava. Estas festas eram animadas por trovadores e jograis. Jogava-se xadrez, cartas e dados.
A VIDA QUOTIDIANA DO CLERO
Tal como a nobreza, o clero era um grupo social privilegiado. Tinha a função de prestar assistência religiosa às populações.
Tinha grandes propriedades que lhe haviam sido doadas pelo rei ou por particulares e não pagava impostos. Tal como a nobreza, exercia a justiça e cobrava impostos a quem vivia nas suas terras.
O clero dividia-se em dois grupos: o clero regular (todos os que viviam numa ordem religiosa, num mosteiro) e o clero secular (bispos e padres).
No mosteiro, para além de cumprirem as regras impostas pela Ordem a que pertenciam, os monges dedicavam-se ao ensino, à cópia e feitura de livros, à assistência a doentes e peregrinos.
Em algumas Ordens, os monges dedicavam-se também ao trabalho agrícola nas terras do mosteiro.
Algumas Ordens eram militares, tendo combatido contra os Mouros.
A VIDA QUOTIDIANA DO CAMPONÊS
A maioria dos camponeses vivia nos senhorios. Trabalhava muitas horas, de sol a sol, e de forma muito dura. Do que produzia, uma grande parte era entregue ao senhor, como renda. Devia ainda prestar ao senhor outros serviços, como a reparação das muralhas do castelo, e outros impostos, como os que devia pela utilização do moinho, do forno ou do lagar.
Vivia em aldeias próximo do castelo do senhor. Morava em casas pequenas, de madeira ou pedra, com chão de terra batida e telhados de colmo. Estas casas tinham apenas uma divisão.
A base da alimentação do povo era o pão e o vinho, legumes, ovos, toucinho, queijo... Peixe e carne só muito raramente, geralmente em dias de festa. O seu vestuário era simples, em tecidos grosseiros (linho, lã), fiados e tecidos em casa.
OS CONCELHOS
Como sabemos, à medida que iam conquistando terras aos Mouros, os nossos primeiros reis precisavam de as povoar e fazer cultivar, sobretudo a Sul. Para tal, em muitos casos, o rei ou grandes senhores criaram concelhos, para atrair povoadores, a troco de direitos e regalias. Assim nasceram os concelhos.
Os habitantes dos concelhos, chamados vizinhos, tinham mais direitos e mais autonomia que os habitantes dos senhorios pois podiam eleger os seus representantes para a administração e a justiça local:
os juízes aplicavam a justiça;
os mordomos recebiam os impostos;
a assembleia dos homens-bons (os homens mais importantes do concelho) tratavam dos assuntos de interesse geral e elegiam os juízes e mordomos. Reuniam no Domus Municipalis (casa do município).
O rei fazia-se representar nos concelhos através do alcaide que era também o chefe militar.
Os direitos e deveres dos habitantes dos concelhos estavam escritos num documento: a Carta de Foral.
Símbolo da autonomia do Concelho era o Pelourinho.
A Corte e as Cortes
O rei vivia na corte com a sua família, conselheiros e altos funcionários. Como chefe supremo do país, competia-lhe fazer as leis, aplicar a justiça (só o rei podia aplicar a pena de morte e o corte de membros, nos casos de crimes graves), decidir da paz ou da guerra.
Acompanhado da corte, percorria o país para o governar, sendo ajudado por funcionários como o alferes-mor (comandante do exército), chanceler-mor (que autenticava os documentos com o selo real) e os legistas (homens de leis) que constituíam o Conselho do Rei.
Em caso de decisões importantes, como declarar a guerra ou lançar novos impostos, o rei convocava as cortes, uma reunião de representantes da nobreza, do clero e dos concelhos (estes apenas a partir do reinado de D. Afonso III). As cortes tinham uma função consultiva, isto é, o rei ouvia a sua opinião mas não era obrigado a segui-la.
O alargamento do território foi uma preocupação constante não só de D. Afonso Henriques, como também dos outros reis seus sucessores.
As fronteiras de Portugal só ficaram definidas e os conflitos resolvidos em 1297, pelo Tratado de Alcanizes feito entre D. Dinis, rei de Portugal e D. Fernando rei de Leão e Castela.
A linha de fronteira portuguesa sofreu somente um pequeno desvio em 1801, pela ocupação de Olivença pela Espanha.
A maior parte da população no século XIII dedicava-se à agricultura / pastorícia.
Os pastores, agricultores e pescadores desenvolviam também actividades artesanais, fabricando os objectos de que necessitavam no seu dia-a-dia.
Estações do ano e trabalhos Agrícolas
Os pastores, agricultores e pescadores desenvolviam também actividades artesanais, fabricando os objectos de que necessitavam no seu dia-a-dia.
A nobreza era constituída pelas principais famílias do reino, que tinham muita riqueza, grandes propriedades e descendiam das famílias guerreiras dos tempos da Reconquista. Os seus títulos de nobreza tinham sido recebidos, em muitos casos, pelos serviços prestados à Coroa, assim como muitas das suas terras (as honras). Os nobres também não pagavam impostos e ainda governavam as suas terras como pequenos reis. Viviam nas terras senhoriais, em castelos e palácios.
O clero era formado pelas pessoas ligadas à Igreja Católica. Existia o clero secular, que vivia junto ao resto da população (padres, bispos, arcebispos) e o clero regular, que vivia em mosteiros (monges, freiras). Todos eles tinham direitos semelhantes : não pagavam imposto ao rei, recolhiam a dízima (imposto pago pelo povo) e só deviam obediência ao Papa. Viviam em paróquias (padres), dioceses (bispos) e mosteiros ou conventos ( monges e freiras).
Sociedade Portuguesa no século XIII
Os divertimentos do povo
As ceifas, os casamentos e os nascimentos constituíam motivos de alegria e de convívio.
Enquanto trabalhava, também cantava. Havia, porém, dias feriados, geralmente festas religiosas, que se assemelhavam às de hoje. Celebravam-se em todo o País as grandes festas religiosas que incluíam o repicar dos sinos, as procissões, as feiras, as refeições colectivas e os bailes.
Depois da missa, ou da procissão, dançava-se e cantava-se nos terreiros das igrejas onde também se realizavam vendas.
Por vezes o povo podia assistir a alguns espectáculos que os nobres organizavam. Os mais frequentes eram as competições militares.
O povo era o grupo mais numeroso da população, mas o que menos direitos tinha. Muitos “vilãos” trabalhavam nas terras da nobreza ou dos mosteiros, onde pagavam várias rendas ou impostos. Raramente tinham terras suas. Alguns, por terem sucesso em algum negócio, ganhavam algum dinheiro e estabeleciam-se por conta própria nas cidades. Eram os burgueses.
Portugal - Revolução 1383-85 - iluminuras
Iluminura da Batalha de Aljubarrota, na “Crónica de Inglaterra”
Sabes explicar o que era a carta de foral?
Podes consultar este site para saber mais!
A população portuguesa no século XIII, era constituída por:
Clero secular: era constituído por padres e bispos. Viviam nas aldeias/cidades, junto da população. Possuíam grandes extensões de terras e gozavam de grandes privilégios:
Portugal era uma monarquia.
Com a conquista definitiva do Alentejo e a assinatura do Tratado de Alcanizes ,no século XIII, ficaram definidas as fronteiras de Portugal. Notavam-se alguns contrastes entre o Norte e Sul, Litoral e Interior,quanto ao clima, relevo, vegetação, tipo de povoamento,etc..O Sul, por exemplo, manifestava mais influências árabes e era muito menos povoado....